Educação Somática
Quando se pensa em práticas corporais ligadas à meditação, lembra-se logo de Yoga e Tai Chi, ambos gerados na tradição oriental e amplamente difundidos pelo mundo. O que hoje começa a se tornar mais conhecido é que a tradição ocidental também gerou métodos “corporais” fortemente ligados à meditação, como é o caso da Educação Somática. São práticas voltadas a desenvolver o Awareness ou Mindfulness a partir da conscientização do corpo e dos movimentos. Esse é o caso da Eutonia, do Feldenkrais e do Continuum Movement, entre outros.
Na década de 1970, esses métodos foram agrupados por Thomas Hanna sob o termo de Educação Somática (ES) (Hanna, 1991). Nessa “tradição”, o corpo é vivido diretamente por meio dos sentidos como experiência de si próprio. Hanna utilizou o termo “Soma” para se referir a essa manifestação “em primeira pessoa” de um corpo vivo, diferente, portanto, de uma “coisa” que o Eu possui.
Na história do surgimento desses métodos, encontramos frequentemente casos de superação de limites e problemas de saúde. Os criadores dessas abordagens, movidos pela necessidade, mergulharam em suas corporeidades explorando novas alternativas e acabaram por descobrir meios de gerar mais saúde. Atualmente, pesquisas acadêmicas indicam evidências do uso das técnicas da Educação Somática na melhora em relação à dor, na qualidade de vida, ao bem estar físico e emocional, (Connorset al., 2011) e na fibromialgia (Maedaet al., 2006).
Embora a Educação Somática tenha aplicações terapêuticas, esse não foi o foco original desses métodos. A experiência “somática” se dava num contexto pedagógico de autoconhecimento e foi por isso descrita como “educação”. Nesses métodos o indivíduo aprende a sentir e a explorar múltiplas formas de mover-se, buscando a vivência de uma organização corpórea mais global, equilibrada e funcional (Bolsanello, 2005).